“Desde os meus primeiros filmes, sempre tenho contado a história do homem que, por achar difícil se orientar neste mundo, não sabe como viver”.
Krzystof Kieslowski

Nos próximos dias não será tão ruim assim estar em casa. A partir de amanhã 16, teremos a Mostra Krzystof Kieslowski, o polonês que deixou sua marca com um cinema cheio de sentido, tamanha a força da poesia de suas imagens.
Dentro da perspectiva de Kieslowski, enquanto autor-diretor que observa-filma o homem e suas inquietudes, suas narrativas nos pausam, nos tocam, ainda que muitas vezes, para nos devorar.
É dentro dessa proposta de uma ética do cotidiano que se deu a obra deste autor, sobretudo no que diz respeito ao “Decálogo” que faz sua incursão por um universo que se alimenta de questões existenciais, versa sobre um determinismo discursivo enquanto seus personagens simulam um livre arbítrio.
Kieslowski propõe com sua câmera uma investigação ou tentativa de apreensão das forças que se entrelaçam na composição do devir, ou: entrelaçamento das pulsões humanas com as forças cósmicas (acaso, providência).

Não há um mistério criado pelo diretor, mas capturado por sua ideia de mundo, ele apenas constata a falta de controle, a imprevisibilidade dos acontecimentos, uma espécie de acaso.
Não há um mundo dado na obra do polonês, o que há é um devir providencial, com a morte à espreita. Seus personagens são pegos em situações-limites, justamente quando quase se vê irromper esse conflito entre pulsões, razão, e “acaso” (ou providência), enquanto a narrativa de seus filmes parece estar ali à espera do que afeta estes personagens para assim se desenvolver.
Então é isso, a partir de amanhã: A Cicatriz (1976), Amador (1979), Sorte Cega (1987), Sem Fim (1985), Não Matarás (1985), Não Amarás (1988), A Dupla Vida de Veronique (1991), A Liberdade é Azul (1993), A Igualdade é Branca (1994), A Fraternidade é Vermelha (1994).
A mostra estará disponível nas plataformas digitais: Claro Now, Vivo Play, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube. (Imovision)